Era suposto ter inaugurado neste Verão, no The Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, uma importante exposição sobre o trabalho do artista germânico George Grosz, dedicada à produção dos anos de 1912 a 1932.
Um período que foi particularmente atribulado e produtivo na vida do autor, com o ingresso nas fileiras militares em plena Grande Guerra e sucessivas dispensas por problemas de saude mental.
Frustrado com essa fragilidade que o impedia de ter uma participação activa no dramático contexto, retendo-o em hospitais militares junto de feridos, inválidos e doentes, Grosz (1893-1959) canalizou para o desenho as suas angústias, a zanga e os comentários corrosivos sobre o que via e o que se vivia. Torna-se testemunha critica dos horrores da guerra e do descaminho conducente à ascenção do Nazismo que retratou de forma impiedosa nas suas imagens.
A exposição “George Grosz in Berlin: The Relentless Eye” acabou por ser cancelada como efeito das restrições da pandemia de Covid-19 mas o museu decidiu manter a produção do catálogo por congregar estudos fundamentais entretanto desenvolvidos por Sabine Rewald, curadora emérita do museu e responsável pelo projecto expositivo. Em tempos instáveis e de guerra de novo na Europa, este livro é uma ancora na reflexão não apenas sobre o trabalho do(s) artista(s) mas sobre os caminhos da humanidade. 


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