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Juventude. De Marco Mendes.
Juventude. De Marco Mendes.
Capa Dura, 17,7 x 23,7 cm. Ed. A Seita e Turbina. Junho 2022. P.V.P. 25
Desde 2005 Marco Mendes tem criado trabalhos de banda desenhada, ilustração, desenho, pintura e outros objectos visuais que se têm agregado numa espécie de fluxo contínuo autobiográfico e que poderão ser subsumidos sob o título de Diário Rasgado. Esse projecto tem sofrido mutações não apenas em termos de formato e circulação, de forma e contornos temáticos como também em termos de revelação da intimidade, da história pessoal, de traumas, que por mais pessoais que sejam, conseguirão sempre ecoar de uma maneira universal. Juventude é um pequeno livro de formato oblongo, composto quase exclusivamente por pinturas a óleo sobre tela ou outras combinações de materiais e superfícies, criando um ritmo de uma imagem por página. Revisitando a adolescência do autor, a sua partida da Figueira da Foz para estudar no liceu artístico Soares dos Reis, no Porto, atravessa muitos episódios quase sempre de pequenas aprendizagens e primeiras experiências. Mostram-se também namoros, saídas à noite, excessos etílicos e outros passeios. E cortando a narrativa colorida e variada da vida adolescente, as imagens rubra da doença da mãe. Pouco importa aqui a correspondência exacta entre a tessitura da narrativa gráfica e os acontecimentos empíricos do autor real trabalho reservado para um biografismo primário de jornalismo. Interessa aqui focarmo-nos nos níveis que o livro atravessa entre aparentes superfícies factuais e eventos episódicos e o mergulho em momentos de maior observação, pausas reflexivas, dúvidas e hesitações nos comportamentos, e as mesclas que os humores e sentimentos, haja chaves de interpretação mais ou menos fáceis, conduzem ao longo das páginas. Bastará ao leitor ir colocando as seguintes perguntas: Quem vê? Quem mostra? Quem conta? E se há, sem sombra de dúvida, um tom melancólico da parte de leão do volume, parceira das dores de crescimento que se confessam, ele terminará num júbilo estival, de amor solar, promissor, quase edémico. Jovem.
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Capa Dura, 17,7 x 23,7 cm. Ed. A Seita e Turbina. Junho 2022. P.V.P. 25
Desde 2005 Marco Mendes tem criado trabalhos de banda desenhada, ilustração, desenho, pintura e outros objectos visuais que se têm agregado numa espécie de fluxo contínuo autobiográfico e que poderão ser subsumidos sob o título de Diário Rasgado. Esse projecto tem sofrido mutações não apenas em termos de formato e circulação, de forma e contornos temáticos como também em termos de revelação da intimidade, da história pessoal, de traumas, que por mais pessoais que sejam, conseguirão sempre ecoar de uma maneira universal. Juventude é um pequeno livro de formato oblongo, composto quase exclusivamente por pinturas a óleo sobre tela ou outras combinações de materiais e superfícies, criando um ritmo de uma imagem por página. Revisitando a adolescência do autor, a sua partida da Figueira da Foz para estudar no liceu artístico Soares dos Reis, no Porto, atravessa muitos episódios quase sempre de pequenas aprendizagens e primeiras experiências. Mostram-se também namoros, saídas à noite, excessos etílicos e outros passeios. E cortando a narrativa colorida e variada da vida adolescente, as imagens rubra da doença da mãe. Pouco importa aqui a correspondência exacta entre a tessitura da narrativa gráfica e os acontecimentos empíricos do autor real trabalho reservado para um biografismo primário de jornalismo. Interessa aqui focarmo-nos nos níveis que o livro atravessa entre aparentes superfícies factuais e eventos episódicos e o mergulho em momentos de maior observação, pausas reflexivas, dúvidas e hesitações nos comportamentos, e as mesclas que os humores e sentimentos, haja chaves de interpretação mais ou menos fáceis, conduzem ao longo das páginas. Bastará ao leitor ir colocando as seguintes perguntas: Quem vê? Quem mostra? Quem conta? E se há, sem sombra de dúvida, um tom melancólico da parte de leão do volume, parceira das dores de crescimento que se confessam, ele terminará num júbilo estival, de amor solar, promissor, quase edémico. Jovem.
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