Depois de terem estado guardados no cofre de um banco em Zurique durante 63 anos, o último núcleo de desenhos inéditos do escritor checo Franz Kafka foi conhecido. Este conjunto que permanecia até agora por estudar e publicar, foi reunido às outras imagens de que havia conhecimento, e editado simultaneamente em sete países, revelando um corpo visual expressivo, analisado em estreita relação com o universo literário do autor. Joan Tarrida, editor da Galaxia Gutenberg refere que "tal como na escrita, o desenho está intimamente ligado ao seu tempo, é expressionista e trata o corpo desta forma: a situação do corpo, a postura já é muito importante em seus romances e isso pode ser visto, no caderno inédito" em que as figuras surgem frágeis, bamboleantes, suspensas num movimento de gestos rápidos e fruto de uma atenta observação critica do do quotidiano.
O desenho terá surgido como prática na vida de franz Kafka mesmo antes da escrita tendo Kafka confessado em carta à sua noiva Felice Bauer que teria sido um grande desenhador e que nessa altura os desenhos o satisfaziam mais do que qualquer outra coisa. Autonomamente ou acrescentando-se à própria escrita sobretudo nos materiais epistolares e manuscritos remanescentes, os desenhos esclarecem ou reforçam frases, geram ideias paralelas, ganham existência singular, são apontamentos ou registos finalizados que preenchem cadernos e postais. Esta edição em língua castelhana, congrega, tal como as outras em diferentes línguas, os 163 desenhos de Kafka constituindo uma oportunidade única para descobrir como se desdobra o fio do pensamento deste escritor-desenhador.


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